História da Maquiagem: Anos 1940

Mais um episódio da série História da Maquiagem, e hoje iremos falar sobre os hábitos de beleza durante os anos 40. 

Muitas vezes a maquiagem das décadas de 1940 e 1950 são tratadas como iguais, mas a verdade é que são bem diferentes entre si, e eu espero conseguir fazer a distinção através desses posts.

Foto: Colagem feita pela autora do blog.

Contexto Histórico

Se a década de 30 representa a ascensão dos regimes totalitários, a década de 40 é a consumação dos fatos. Não podemos falar dessa época sem mencionar a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Essa guerra mexeu com as estruturas sociais de toda Europa e, consequentemente do mundo inteiro.

Foto: Reprodução. Propagandas do pancake da Max Factor. 

Foi durante a guerra que as mulheres de classe média puderam sair para o mercado de trabalho, já que os homens estavam nos campos de batalhas, e a economia não poderia parar.

Na segunda imagem da esquerda pra direita, Linda Darnell.Foto: reprodução.

O fato é que tudo nessa década foi bastante regrado em diversos países, especialmente na Alemanha e Grã-Bretanha. À despeito da Grã-Bretanha, o livro A Moda da Década de 1940 nos diz:

Foto: Reprodução.

"A austeridade teve também impacto na criação têxtil. Muitos corantes estavam indisponíveis por terem sido designados para uso na guerra, portanto, a paleta de cores era limitada, e isso resultou em poucas mudanças em termos de cor. 

Foto: Reprodução. Trabalhadoras nos anos 40.

Criações da época também foram influenciadas pelas medidas, e a moda de estampas florais e figurativas pequenas e delicadas foi encorajada, já que os padrões pequenos eram mais fáceis de coincidir e geravam menor desperdício na produção". [1]

Foto: Reprodução. O patriotismo foi usado no universo dos cosméticos.

E sobre a estética de 1940:

"Nas fábricas as mulheres vestiam macacão ou calça, e ainda que absolutamente confortáveis, essas peças não eram consideradas elegantes. 

Foto: Reprodução. Cartaz com fins educativos de como as mulheres deveriam se vestir ao irem trabalhar. 

Vários ramos da sociedade manifestaram preocupação com relação às mulheres tornarem-se masculinas demais, razão provável pela qual o uso da maquiagem durante o serviço nunca foi proibido, e em alguns casos as funcionárias eram ativamente encorajadas a usá-la. 

Foto: Reprodução. 

O batom era especialmente popular, então disponível nos tons vermelho retaguarda e vitória, e  em embalagens e kits criados para caber no bolso do uniforme". [2]

Fotos: Propagandas de maquiagem dos anos 40.

As embalagens das maquiagens se tornaram mais simples, as roupas de alta costura foram substituídas por nomes da moda menos conhecidos, os tecidos nobres deram lugar aos mais baratos e de corte militar e utilitário.

Foto: Reprodução. Atriz Hedy Lamarr. 

Em suma, houve uma grande transformação em busca do mais simples e barato. Mas, engana-se quem pensa que a mulher dos anos 40 estava disposta a abrir mão da sua feminilidade e elegância, especialmente no pós-guerra. 

"Depois da guerra e com o fim do racionamento, o comercial

mundo da moda e beleza criou uma nova imagem da feminilidade

para mulheres contemporâneas. 

Os uniformes militares das meninas nas forças e as vestes utilitárias da Inglaterra durante a guerra haviam camuflado os aspectos mais suaves de uma aparência feminina. 

Foto: Reprodução. 

A indisponibilidade de produtos de higiene e cosméticos contribuíram para esta imagem espartana. Assim, quando as restrições do tempo de guerra terminaram, as mulheres ansiavam o retorno de modas essencialmente femininas nas roupas e cosméticos". [3]

Foto: Reprodução.

"O ideal da moda de feminilidade no

final da década de 1940 foi um período de elegância frágil e glamour superficial -

uma imagem de beleza emprestada do mundo do cinema. 

Foto: Reprodução.

Max Factor estava usando estrelas de cinema para seus anúncios e modelos também foram empregadas para promover cosméticos. Seus

lábios escarlates e unhas compridas e brilhantes eram consideradas chiques e

até mesmo femininas".

A Maquiagem de 1940

O estilo de maquiagem dessa época é bastante simples se comparado com os períodos anteriores.

Foto: Reprodução. Propaganda de 1940 com a atriz Judy Garland.

O batom vermelho ganhou cada dia mais espaço, porém, os lábios deixaram de ser tão marcados, e os contornos na maioria das vezes obedeciam ao formato original da boca. 

Foto: Reprodução.

Nos olhos o que predominava eram as sombras neutras e claras. Os cílios eram bem naturais e as bochechas rosadas na medida certa, de modo a proporcionar um aspecto saudável. 

Da esquerda pra direita, Betty Grable e Veronica Lake.

Algumas mulheres faziam também um traço bem discreto com sombra ou lápis na linha superior dos olhos, mas não era um estilo comumente usado por todas.

Foto: Reprodução. Mulheres se maquiando em 1940.

Enquanto isso, a pele não era muito carregada. Por ser um período de guerra e escassez, bases líquidas e corretivos eram dispensáveis, os grandes aliados para uma pele viçosa foram o pó compacto e o pan-cake.

Foto: Reprodução. Propaganda de batom dos anos 40.

Podemos resumir a identidade dessa época em duas palavras: praticidade e elegância.

 

Foto: Reprodução. Propagandas de Maq dos anos 40.

O visual pin-up entrou em voga devido à grande divulgação desse estilo dentro da própria guerra, como por exemplo, as modelos que eram pintadas nas latarias dos caças de guerra a e popularização das divas da Old Hollywood entre os soldados.

O estilo de 1940 buscava ser prático e versátil, seguindo o ritmo da mulher moderna, que começava uma árdua caminhada em busca de maior autonomia dentro da sociedade.

Me acompanhem no Instagram: @blondevennus

Texto escrito por Gabriela Lira.Caso use o texto como referência, por favor dê os créditos ao blog. Plágio é crime e está sujeito à pena!

Informações do curso aqui.

Quer que eu escreva pra você? Entre em contato através do Instagram @blondevennus. 

Fontes citadas: 

[1] e [2] A moda na Década de 1940, edição Publifolha, 2014, página 9 - Charlotte Fiell e Emanuelle Dirix.

[3] e [4] The Artificial Face, Hippocrene Books, 1975, páginas 161, 162 e 163 - Fenja Gunn